quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Fanfarra da "Fragata" em 1959

Quem se lembra destes tempos? Será que alguns de nós está nesta foto? De facto, olhando para a foto, recordo-me da feição da maioria deles mas do nome nem por isso. Dos poucos de que me recordo, vejo lá no meio o Cabo "Borracha" que orientava a Fanfarra. Tendo em conta o ano (1959), talvez não sejam eles mas parecem-me estar na foto o "Alcantarilha" e o "Russo", (possivelmente não serão) mas dos outros pouco mais sei. Seria interessante que alguém mais atento e com a memória mais fresquinha, se desse ao trabalho em se lembrar onde foi tirada a foto, assim como o nome de todos eles e me enviasse, para que esta foto (que é uma verdadeira relíquia) fique devidamente identificada.
Penso que não será um trabalho difícil, mas que será deveras desafiador e que vai exigir alguma perspicácia, lá isso vai.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Encontrámos mais um "Fragata"

Recordando o Passado
Estimado amigo. Como vai? Aqui, lhe mando a minha foto, e algumas lembranças do tempo que já lá vai.

Eu entrei para a Fragata no ano de 55, e saí em Fevereiro do ano de 57. Sempre e por onde andei, nunca tive receio nem vergonha de dizer que fui aluno da Fragata. Acontece, que numa viagem do navio Timor, para Angola (navio onde eu trabalhava) viajou um colega da Fragata.
Eu assim que o vi, dirigi-me a ele e disse-lhe; que tudo o que ele precisa-se eu estava às suas ordens! Disse-me: que não precisava de nada, virou-me as costas e até Luanda nunca mais me falou.
Deste navio, fui para o navio Funchal. Fazia-mos viagens para a Madeira e Açores e um dia ao chegarmos ao porto do Funchal, vejo o Timor atracado ao cais, e pensei logo em ir lá visitar os amigos que lá tinha. Quando lá fui deparei com um rapaz amigo, encarregado da terceira classe que me levou à secção onde se lavava a loiça e me apontou um colega nosso que tinha a alcunha do “Radar pequeno” visto ser pequeno, e seu irmão muito mais alto ser o “Radar grande”.
Ao ver o Radar reconheci-o logo, e ele nem me deixou dizer mais nada. Começou por dizer que nós nos conhecíamos de outros navios, pois ele nunca esteve na Fragata, e eu ajudei na mentira. Virei-me para o encarregado e disse-lhe:
― De facto não me lembro dele na Fragata mas se ele lá esteve, como eu, então comeu, dormiu, vestiu-se e instruiu-se na Fragata que por fim lhe arranjou um livrinho com o título “ Cédula de Inscrição Marítima” para ele poder governar a vida: ― Se ele desmente tudo isto então não presta e está a cuspir na Mãe que tanto o acarinhou. O “Radar pequeno” ficou todo encarnado.
Mais tarde soube que ele nesse navio, no porto de Leixões, tinha alugado com outros tripulantes um carro para irem à noite para a farra. Alta madrugada tiveram um acidente morrendo ele, e todos os colegas.
Muitos anos mais tarde, já eu era desenhador industrial na Sorefame, na Amora, fui destacado para ir aumentar e reparar a estação do amoníaco da Quimigal no Barreiro. A Sorefame deslocou para lá uma equipa de operários e técnicos. Entre os operários, ia um serralheiro, que teve um acidente grave (caiu-lhe, quando trabalhava na refinaria de Sines uma chapa de ferro na cabeça). Nunca ficou bom, era casado com uma senhora que já tinha um filho.
Morava no Monte de Caparica, perto do meu chefe. Um dia o meu chefe levou-me no carro dele e pelo caminho, foi lamentando a sorte desse serralheiro, dizendo que o enteado era muito mau: nem queria saber dele para nada: Às duas por três diz-me:
― Olhe! ― Ele é tão mau…tão mau, que até foi aluno da Fragata de D. Fernando. Eu aqui viro-me para ele, digo-lhe:
― Na Fragata havia alunos bons e maus como em todo o lado. Respondeu-me ele:
Nada disso, só iam para lá os corrécios.
O que é que você acha de mim? Disse-lhe:
Você não se compara com ele. É um excelente profissional, e toda a gente gosta de si …
Pois olhe, eu fui aluno da Fragata desde 55 a 57. O homem ficou para morrer.
Da Fragata, lembro-me que estávamos amarrados a uma bóia no Mar da Palha e um pouco afastada de nós estava também amarrada a uma bóia a Barca “Foz do Douro” que numa manhã ventosa, rebentou a amarra que a prendia à bóia e veio desgarrada atracar à Fragata.
Foi o fim do mundo, a rapaziada estava cheia de medo, mas pouco tempo depois, saltámos para dentro da Barca até que veio um reboque e a levou.
Do Pessoal, lembro-me do Tenente Vinagre, do Tenente Celestino, (que nós chamava-mos o “Pai Celeste”) e do Tenente Silva. Também me Lembro do Sargento José Gordo, do Sargento Almeida, do Sargento Platino (Mestre da Fragata) do Sargento Cardoso. Das praças, lembro-me do Cabo Paredes (com uma porção de condecorações) do Marinheiro Araújo, que dava instrução aos alunos que tocavam na fanfarra.
Claro que também me lembro do Padre Fatela que creio que morava em Almada.
Fez-me bem recordar o passado. Há muito tempo que não falava sobre a minha vida na Fragata.
Um abraço
Manuel João Carvalho Barrocas
Ex-Aluno nº 159 o “Pachachinha”
Fotos: Quando o Manuel João tocava num convívio para idosos e, em destaque, uma foto sua quando era aluno da Fragata D. Fernando II e Glóiria.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Um achado arqueológico da nossa Fragata"

No dia em que eu e o José Alves fomos reunir com o actual Comandante da Fragata D. Fernando II e Glória, para lhe propormos que o próximo Encontro dos Antigos Alunos fosse lá a bordo, durante a conversa que fomos mantendo com aquele oficial e em dado momento ele disse-nos ter uma surpresa para nos mostrar.
Mesmo antes da conversa terminar e estando ele ansioso (tal como nós) para nos mostrar e ficarmos a saber do que se tratava, qual não foi o nosso espanto quando o Sr. Comandante retira de um dos cantos do seu camarote uma pequena peça em madeira, um pouco queimada, que se assemelhava a uma porta e que escapara ao incêndio de que fora vítima a "Fragata" no dia 03 de Abril de 1963.
Possivelmente, tratar-se-à da porta de um sacrário associado à capela existente a bordo, que os Bombeiros Voluntários de Almada no dia do incêndio conseguiram retirar daqueles destroços e a levaram para o seu quartel.
Passados 47 anos daquela tragédia que nos deixou órfãos da "velha Nau", a citada Corporação de Bombeiros decidiu devolver aquele pequeno (mas importante) "achado arqueológico" às suas origens, entregando-o ao seu actual Comandante, o Capitão de Mar e Guerra, José António de Oliveira Rocha e Abreu.
Por não se saber até ao momento de que peça se trata e da sua verdadeira utilidade, será que algum de nós (os alunos mais antigos) ainda se lembra de onde pertencia aquela peça e nos possa esclarecer a que recanto da "Fragata" pertencia?
É um desafio que proponho a todos vós, que tem como único objectivo contar um pouco da história da nossa "Fragata", afinal aquela "velha Nau" que nos viu crescer e onde nos fizemos homens.
Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14)
Foto: Pequena porta de madeira, retirada da "Fragata" no dia do seu incêndio em 03 de Abril de 1963.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Já está em marcha a organização do IV Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória

Com o objectivo de se começar já atempadamente a organizar o IV Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, eu e o José Alves ("Gorila") deslocámo-nos na passada Segunda-feira, dia 25 de Outubro de 2010, ao antigo Estaleiro da Parry & Son, doca nº 2 (onde está a nossa "Fragata" atracada) para reunirmos com o seu comandante, o Capitão de Mar e Guerra José António de Oliveira Rocha e Abreu. Esta reunião já tinha sido solicitada há alguns dias mas, por motivos de agenda daquele oficial, apenas se pode concretizar na data já referenciada.
Tinha a finalidade desta reunião (e porque alguns ex-alunos manifestaram o interesse em que o próximo Encontro fosse a bordo da "Fragata") saber qual a disponibilidade do seu actual Comandante em ceder aquele espaço para tal fim.
Como já se esperava, fomos recebidos de uma forma muito afável por aquele oficial que também ficou entusiasmado com a ideia, disponibilizando-se de imediato (embora ainda seja muito cedo) a contactar um dos possíveis restaurantes que nesse dia nos irá fornecer o almoço, tendo em conta que a bordo não existem condições para qualquer tipo de confecção.
Durante a conversa (que foi bastante interessante) informou-nos da existência a bordo de uma lista de contactos (que já vinha dos outros Encontros organizados anteriormente) e que poderá completar a que existe actualmente em nosso poder, prometendo que a enviaria assim que tivesse oportunidade, assim como algumas fotos antigas, outros documentos referentes àquela Nau e artigos de opinião por si escritos e relacionados com a mesma, que decerto irão enriquecer este nosso espaço.
Na mesma reunião, forneceu-nos o endereço de um site por si criado e relacionado com a Fragata D. Fernando II e Glória, cujo endereço é o seguinte: http://dfernando.marinha.pt/ que contem imensa informação e outros dados importantes sobre a Nau de que actualmente é seu Comandante.
Sobre o próximo Encontro, e porque a "Fragata" ardeu em 03 de Abril de 1963, manifestámos a ideia de que o próximo Encontro se realizasse nesse dia, ficando agendado (provisoriamente) o dia 02 de Abril de 2011 (Sábado) tendo em conta que dia 03 é Domingo e que por regra todos nós queremos estar junto da nossa família.
Sobre esta questão da data do próximo Encontro e do mesmo se realizar a bordo da "Fragata", gostaríamos de saber a opinião de todos, para que exista um clima consensual entre os antigos Alunos, e começarmos desde já a organizar o mesmo tendo em conta essas mesmas opiniões.
No final da reunião, o Comandante da "Fragata" proporcionou-nos uma visita guiada aos mais diversos compartimentos da Nau, informando-nos sobre alguns aspectos da sua história e do dia a dia das tripulações na época quando ainda navegava.
Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14)
Foto 1: Eu e o José Alves junto do Comandante da "Fragata" (ao centro).
Foto 2: Tirada no convés no dia da reunião.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Os Putos da Fragata" voltaram a encontrar-se

Realizou-se no passado dia 18 de Setembro o III Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, realizado na cidade de Setúbal, que decorreu em ambiente de satisfação, de alegria e de reencontro, de quem não se via há mais de quarenta anos.
Começámos por nos encontrar em frente ao edifício onde a "Fragata" funcionou após o incêndio, depois de alguns meses na Escola Profissional de Pesca em Pedrouços.
Há medida que a malta foi chegando ao local da concentração, iam-se lembrando os momentos que cada um passou naquela instituição, dos diversos percursos de vida que cada um abraçou e da situação em que cada qual se encontra, na sua grande maioria reformados.
Hoje na casa dos sessenta anos, os "Putos da Fragata" responderam "à chamada", ultrapassando as expectativas, dado que inicialmente se pensou numa reduzida participação mas que, com a presença de 23 Antigos Alunos a satisfação foi enorme, ao verificarmos que valeu a pena o esforço de tentarmos reunir o maior número possível para se realizar este Encontro que há muito era desejado segundo a opinião dos presentes, ao ponto de um dos antigos alunos actualmente a trabalhar na Holanda (Joaquim Alberto Carmo) ter adiado o seu regresso àquele país só para poder estar presente no nosso Encontro.
De seguida realizou-se o almoço de confraternização no Restaurante "O Fernando" (na mesma ciade) que decorreu numa atmosfera de fraterno convívio, onde a animação marcou presença com a participação do antigo aluno Samuel, que se deslocou de propósito de Vila Real de S. António (Algarve) para estar presente neste Encontro. O Samuel (que na altura da Fragata era mais conhecido por "Gianni Morandi" devido aos seus dotes vocais) brindou-nos durante o almoço com o seu reportório bastante vasto, tendo entusiasmado todos os presentes no restaurante (para além de nós) com a célebre canção de Bob Dylan "House of the Rising Sun" (Casa do sol nascente).
Enquanto nos deliciava com outras belíssimas canções do seu vasto reportório, houve alguém que, em jeito de brincadeira disse:
- "Vê lá se descansas um bocadinho, senão ainda pensam que és um Ucraniano a pedir esmola".
Diga-se de passagem que o Encontro foi bastante agradável, e que muitos pensam ver-se repetir anualmente, com o objectivo de estreitar os laços de amizade que agora voltam a renovar-se depois de tantos anos de ausência.
Segundo sugestão dada durante o Encontro por alguns antigos alunos, foi sugerido que o próximo fosse organizado em Caçilhas com almoço de confraternização a bordo da Fragata D.Fernando II e Glória.
Tendo em conta esta sugestão (para além de outras que podem ser apresentadas) gostaríamos de saber a opinião de todos e se, a ideia for bem aceite, iniciaremos os contactos com o actual Comandante de bordo para indagarmos se tal ideia pode ser concretizada.
Fico então aguardar as vossas sugestões, assim como as vossas histórias passadas a bordo da Fragata (ou não) e as vossas fotos que irão enriquecer este "Cesto da Gávea" que é para nós o "ponto de encontro", assim como os vários endereços dos outros antigos alunos que alguns disseram poder enviar.
Até lá, um abraço a todos, e vamo-nos vendo por aí.

Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

III Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória. 18 de Setembro de 2010

Depois de um adiamento já amplamente explicado, finalmente vai realizar-se o III Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória.
Conforme o cartaz que se edita e que foi enviado a todos os ex-Alunos cujos endereços constam da listagem já existente, o Encontro vai realizar-se no próximo dia 18 de Setembro de 2010 em Setúbal, com concentração pelas 11,00 horas junto do Edifício da Polícia Marítima (Antigas instalações da Capitania do Porto de Setúbal), seguindo-se um almoço de confraternização em local ainda a designar.
Para quem vier a saber deste evento por via deste blogue e queira participar neste Encontro, pode contactar para os seguintes contactos:
Augusto Fernando Gomes
Telefone: 214440592
Telemóvel: 965140060
Carlos Vardasca
Telefone: 212020157
Telemóvel: 963899868
Joaquim António Lopes
Telefone: 262085452
Telemóvel: 967970171

Vamos então participar todos neste evento, onde teremos a oportunidade de reviver um pedaço do nosso passado, reencontrar velhos amigos e passarmos um dia em fraterna camaradagem, estreitarmos os laços de uma amizade que decerto não deixaremos escapar agora que nos vamos reencontrar.

Que ninguém falte. Espero lá por todos!

Carlos Vardasca
(O Braz, ex-Aluno nº 14)
Nota: Para visualizar melhor o cartaz, deve clicar em cima do mesmo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A vida a bordo da Fragata.

Nota: As fotos foram cedidas por António Moleiro

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Adiamento do III Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória

Tendo em conta que a maioria dos antigos Alunos contactados (por estarem de férias ou ausentes da sua localidade) não podiam estar presentes no III Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória (inicialmente marcado para o próximo dia 19 de Junho), vem a Comissão Organizadora do referido Encontro informar que o mesmo fica adiado para o dia 18 de Setembro de 2010 (Sábado).
Mais se informa que a concentração manter-se-à junto ao edifício da Polícia Marítima de Setúbal (antigas instalações da Capitania do Porto de Setúbal) pelas 11,00 horas, seguindo-se um almoço de confraternização num restaurante ainda por definir, podendo as inscrições serem efectuadas até ao final do dia 02 de Setembro de 2010 para os seguintes contactos:
Telefone: 212020157
Telemóvel: 963899868
A Comissão Organizadora
Augusto Gomes
Carlos Vardasca
Joaquim Lopes

segunda-feira, 31 de maio de 2010

III Encontro Nacional dos Ex-Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória

Por nos termos encontrado de novo no Restaurante "CID" em Lisboa, coisa que o Augusto e o Joaquim já o fazem há muito mais tempo (em conjunto com os seus ex-companheiros de trabalho da SNAB) dado que eu apenas o faço desde o mês de Abril, foi mesmo ali que delineamos a ideia de realizarmos o III Encontro Nacional dos Ex-Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, tendo em conta que o número de contactos até agora conseguidos já o justificava.
Sendo assim, apontámos (caso estejam todos de acordo, e por esse facto gostaríamos de saber as vossas opiniões) que o referido III Encontro se efectuaria na cidade de Setúbal, no próximo dia 19 de Junho de 2010, com concentração junto às antigas instalações da Capitania do Porto de Setúbal (actual Polícia Marítima) pelas 11,00 horas.
Após a concentração, seguir-se-à um almoço de confraternização num dos restaurantes ainda a ser indicado pelos "Fragatas" que residem naquela cidade, pois, (como é óbvio) conhecem melhor "os cantos à casa", e que decerto nos irão indicar um local onde se coma um bom peixe assado ou outros petiscos que sejam do nosso agrado.
Portanto, amigos e companheiros (e se souberem de outros ex-Fragatas transmitam-lhes o acontecimento) a partir deste momento e até ao final do dia 18 de Junho as inscrições já estão abertas, podendo as mesmas serem efectuadas para os seguintes contactos:
Telefone: 212020157
Telemóvel: 963899868

Carlos Vardasca
O Braz, ex-Aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)
Foto 1: Eu (Braz) Augusto e Joaquim na Praça do Comércio, antes do tradicional almoço no restaurante "CID" que se realiza mensalmente, sempre na última Sexta-feira da cada mês.
Foto 2: Aspecto da Praça do Bocage em Setúbal, cidade onde se vai realizar o III Encontro Nacional dos Ex-Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, no dia 19 de Junho de 2010.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Fragata como motivo de inspiração na arte

Todos nós já conhecemos os belíssimos quadros pintados por Roger Chapelet sobre a Fragata D. Fernando II e Glória, alguns deles já reproduzidos neste blogue, não se ficando por aqui as obras de arte que se criaram sobre aquela NAU.
Entre os vários exemplos temos a medalha de 1.000 Escudos editada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda em 1996; os selos editados pelos CTT em 1997 com desenhos de Carlos Alberto Santos; o belíssimo prato editado a quando da Exposição Mundial de Lisboa (EXPO 98) de que tenho um exemplar, assim como um postal que faz parte de uma colecção do Museu da Marinha com aguarelas da Alberto Cutileiro, sob o título "Navios dos Séculos XV a XIX", cujo postal se reproduz na foto em cima bem como uma maqueta em miniatura da mesma Nau em exposição no mesmo museu.
No entanto, e devido à sua beleza, a "Última Nau das Índias" já foi também motivo de inspiração não só por gente célebre no mundo das artes, mas também por gente anónima, como é o caso da esposa do ex-Aluno da Fragata, Joaquim António Pereira Lopes (o "Quim" ou o "Anão" para quem se recorda dele) que, dominando a arte e a técnica da Tapeçaria de Arraiolos, produziu uma lindíssima peça que ostenta com muito orgulho na sua sala de estar e que também reproduzimos no conjunto das fotos editadas.
Se algum de vós que lê este texto souber de mais alguma obra de arte reproduzida através da imagem da Fragata, agradecia que nos enviassem uma foto do respectivo exemplar para ser editada neste blogue, ficando desde já aqui os nossos agradecimentos.

Carlos Vardasca
O Braz, ex-Aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lembram-se do "Anão"? Pois ele também já está entre nós.

Eu (Braz), o Joaquim ("Anão"), no centro e o Augusto ("Torta") no Café Nicola, no dia do nosso encontro. Lisboa 30 de Abril de 2010.
Alunos da Fragata no Jardim das Estátuas em Castelo Branco, em 23 de Maio de 1965. Na foto podem ver-se o Padre Fatela e um professor, o Emanuel Torres (nº 416, Já falecido) junto do padre, o Joaquim de Freitas, entre outros.
O Joaquim ("Anão") é o que está em pé em baixo, o primeiro a contar da direita e na foto em destaque.
Mais conhecido pelo "Anão" ou por "Quim" (ex-Aluno nº 36), o Joaquim foi para a Fragata D. Fernando II e Glória ainda com 11 anos de idade, tendo convivido entre nós para além do dia do incêndio da Fragata, até ir para a Escola Profissional de Pesca em Pedrouços para tirar o curso de Ajudante de Motorista.
Há muito que não estava com ele nem com o Augusto ("Torta" ex-Aluno nº 13), desde o II Encontro Nacional do ex-Alunos da Fragata realizado no Seixal.
Foi através do Augusto que combinámos encontrar-mo-nos em Lisboa, sendo o ponto de encontro no Café Nicola, no Rossio, e foi com grande satisfação que o fizemos ao fim de 12 anos sem qualquer contacto, "sob o olhar atento" do Bocage.
Na Casa Cid (por detrás do edifício da Praça da Ribeira) onde almoçámos, ficou a promessa de nos encontrarmos sempre na última Sexta-feira de cada mês, aliás, o que eles já o vinham fazendo já há alguns anos, com outros colegas da sua profissão ou da mesma empresa onde trabalhavam.
Pois aqui fica mais este registo: - O Joaquim é mais um ex-aluno que se vem juntar a nós, para irmos "construindo este grande edifício repleto de amizade", que não queremos que se volte a "desperdiçar no baú do esquecimento".

Carlos Vardasca
O Braz, ex-Aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)

terça-feira, 27 de abril de 2010

O "Gorila". Mais um Fragata que "deu à costa"

Foto tirada a bordo da Fragata. Na foto podem ver-se o "Gorila" (que gentilmente me enviou a foto e que está assinalado com uma pequena cruz no panamá, e foto em destaque) o Serafim, Lua (com a língua de fora) Lula (já falecido), Lafaia e Nazaré (em cima a apontar o dedo), entre outros. Fragata D. Fernando II e Glória. Lisboa 1955.
(...) A Fragata "D. Fernando II e Glória", o último grande navio à vela da Marinha Portuguesa e também a última "Nau" a fazer a chamada "Carreira da Índia" – verdadeira linha militar regular que, desde o século XVI e durante mais de 3 séculos, fez a ligação entre Portugal e aquela antiga colónia – foi o último grande navio que os estaleiros do antigo Arsenal Real de Marinha de Damão construíram para a nossa Marinha. A Fragata recebeu o nome de "D.Fernando II e Glória", não só em homenagem a D. Fernando Saxe Coburgo Gota, marido da Rainha D.Maria II, mas também por ter sido entregue à protecção de Nossa Senhora da Glória, de especial devoção entre os goeses. O navio embora construído pelos planos duma fragata de 50 peças, foi de início preparado para receber 60 bocas de fogo, tendo em 1863-1865 sido transformado para receber só 50, 22 no convés e 28 na bateria. A lotação do navio variava consoante a missão a desempenhar, indo do mínimo de 145 homens na viagem inaugural ao máximo de 379 numa viagem de representação. A Fragata tinha boas qualidades náuticas e de habitabilidade, designadamente no que se refere a desafogo das instalações, aspecto este de suma importância numa época em que ainda se faziam viagens, sem escala, de 3 meses, com 650 pessoas a bordo, incluindo passageiros. A viagem inaugural, de Goa para Lisboa, teve lugar em 1845, com largada em 2 de Fevereiro e chegada ao Tejo, em 4 de Julho. Desde então, foi utilizada em missões de vários tipos até Setembro de 1865, data em que substituiu a Nau Vasco da Gama, como Escola de Artilharia, tendo ainda, em 1878, efectuado uma viagem de instrução de Guarda-Marinhas aos Açores, que foi a sua última missão no mar, onde teve a oportunidade de salvar a tripulação da barca americana "Laurence Boston" que se incendiara. Durante os 33 anos em que navegou, percorrendo cerca de 100 mil milhas, correspondentes a quase 5 voltas ao Mundo, a "D.Fernando", como era conhecida, provou ser um navio resistente e de grande utilidade, tendo efectuado numerosas viagens à Índia, a Moçambique e a Angola para levar àqueles antigos territórios portugueses unidades militares do Exército e da Marinha ou colonos e degredados, estes últimos normalmente acompanhados de familiares. Chegou até a levar emigrados políticos espanhóis para os Açores. De entre as missões que lhe foram confiadas, destacam-se a participação como navio-chefe de uma força naval na ocupação de Ambriz, em Angola, que em 1855 se revoltara por instigação da Inglaterra, e, ainda, a colaboração na colonização de Huíla em que, como navio de guerra, teve a insólita e curiosa missão de transportar ovelhas, cavalos e éguas do Cabo da Boa Esperança para Moçâmedes (Angola), numa real missão de serviço público. Colaborou, ainda, com o grande sertanejo António Silva Porto, transportando, em 1855, os seus 13 pombeiros da ilha de Moçambique para Benguela, depois destes terem completado a travessia de África, de Benguela à costa de Moçambique. Em 1889 sofreu profundas alterações para melhor servir como Escola de Artilharia Naval, substituindo-se a antiga e airosa mastreação por três deselegantes mastros inteiriços, com vergas de sinais e construindo-se dois redutos a cada bordo para colocação de peças de artilharia modernas, para instrução, utilização que cessou em 1938. Em 1940, não estando já em condições de ser utilizada pela Marinha, iniciou uma nova fase da sua vida, passando a servir como sede da "Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória", criada para recolher rapazes oriundos de famílias de fracos recursos económicos, que ali recebiam instrução escolar e treino de marinharia, até que, em 1963, um violento incêndio a destruiu em grande parte (...)
José Moreira Alves
Ex-Aluno nº 182 da Fragata D. Fernando II e Glória
"O GORILA" (1955)
Barreiro, 25/01/2009

Nota: Este texto foi editado por José Moreira Alves ("Gorila") no blogue "Marinha e Fuzocultura".

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"Quem é que me ajuda a encontrar o "Tarzan"?

Notícia sobre José Manuel Lopes ("Tarzan" ou "Caminha"), editada no jornal "Correio da Manhã" de Terça-feira, dia 08 de Junho de 2004.

(...) depois de deambular e de me sentir "amuralhado" por entre os vários colégios onde fui colocado desde os 4 anos de idade, aos 13 anos, e porque talvez não tivesse lá muita inclinação para os estudos mas para as artes de bem marear, fui enviado no dia 01 de Abril de 1963 para a Fragata D. Fernando II e Glória, velha nau, última, vinda das Índias e que ancorada no Tejo servia de navio escola para aqueles meninos desprovidos de afectos e do aconchego familiar. No dia 03 de Abril de 1963 aquela nau foi vítima de um violento incêndio, que a destruiu totalmente e a atirou para um banco de areia, onde ali permaneceu longos anos até à sua recuperação, que lhe permitiu servir de bilhete-postal na "EXPO 98".

Naquele dia trágico, muitos miúdos (onde eu me incluía) refugiaram-se das labaredas dentro de uma das últimas baleeiras que ainda estavam penduradas, esperando que alguém a arreasse. Como o sistema não funcionou por estar corroído pela ferrugem, houve alguém que, num acto de desespero, arreou apenas um dos lados da baleeira ficando esta repentinamente suspensa de um dos lados, atirando para as águas revoltas do Tejo todos os seus ocupantes. Por lá estar há apenas 3 dias e ainda não ter frequentado as aulas de natação, eu ainda não sabia nadar o suficiente para me livrar daquele mergulho involuntário. Várias vezes me senti "nas profundezas de um oceano repleto de monstros" até que, inesperadamente, me senti agarrado por uns braços fortes que mais pareciam "tentáculos de um polvo gigante", que me retiraram da água e me puxaram para bordo de um pequeno barco de pescadores, onde me foram prestados os primeiros socorros. Aqueles "tentáculos" eram os braços do José Manuel Lopes, aluno mais velho (de alcunha "o Caminha", mas também conhecido por "Tarzan" devido ao seu corpo atlético e por se balançar com alguma desenvoltura no cordame dos mastros) que se atirou ao Tejo e salvou muitos dos seus companheiros, cujo acto de coragem lhe valeu o reconhecimento da Marinha de Guerra e o consideraram um herói nacional.
Actualmente (e soube-o em tempos por uma notícia vinda no "Correio da Manhã") o "Tarzan" é um dos imensos sem abrigo que deambulam pelas ruas de Lisboa, onde mendiga algumas migalhas que lhe servem de sustento. Como em tudo na vida deste país, os heróis facilmente são esquecidos, para darem (de quando em vez) lugar a uma pequena manchete para preencher o lado emocional dos seus leitores.
Ao longo desta "estrada já percorrida", tenho sofrido alguns contra-tempos que já colocaram por várias vezes em dúvida o prosseguimento da minha existência. Aquele acto, talvez por ter ocorrido na minha infância, me marcou decisivamente ao ponto de já ter efectuado vários contactos (embora sem êxito) para encontrar o "Tarzan", prestar-lhe uma justa e simbólica homenagem e contribuir, na medida das minhas possibilidades, para que tenha uns momentos de menor dificuldade (...)
Quem é que se lembra dele e me ajuda a encontrar o "Tarzan"?

Carlos Vardasca
O Braz, ex-Aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)
Nota: Texto escrito no Blogue "Do Tejo ao Rovuma", em 03 de Junho de 2007.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Legalização da Associação dos Antigos Alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória

Documento do 1º Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória, realizado no Seixal no dia 08 de Junho de 1997.
Documento de pedido de legalização da Associação dos Antigos Alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória, em 27 de Março de 1998 no Ministério da Justiça. Registo Nacional de Pessoas Colectivas.
Andava eu a "vasculhar" nos meus documentos que tenho o hábito de guardar, embora por vezes nem saiba o que fazer com eles, e eis que dou com um (diga-se de passagem muito estranho mas deveras interessante) que se relaciona com o pedido de legalização da Associação dos Antigos Alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória.
Eu recordo-me que no 1º Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória realizado no Seixal no dia 08 de Junho de 1997, se formalizou essa intenção, sendo um dos pontos do programa desse dia, mas o que fiquei agora a saber, com a descoberta deste documento, é que essa Associação foi mesmo legalizada (ou pedida a sua legalização) estando registada no Ministério da Justiça, mais concretamente no Registo Nacional de Pessoas Colectivas, no dia 27 de Março de 1998.
O referido documento está assinado por um ex-aluno da Fragata, o Luís Frederico dos Santos, que na altura da reconstrução da Fragata foi um elemento muito activo na organização de eventos e encontros de ex-alunos, com o objectivo de dar corpo à Associação que na prática não se materializou.
E porque nunca mais se soube do seu paradeiro (o que é pena) penso que teremos que ser nós (e perante a descoberta deste documento) os que ainda vamos mantendo contactos regulares, a "agarrar nesta bandeira e levantá-la bem lá no topo do cesto da Gávea", e tentar dar forma e uma das aspirações de todos quantos passaram por aquela "Velha Nau".
Irá de facto ser uma das tarefas em que me irei empenhar no esclarecimento desta situação, embora de momento se considere prioritário o tentar encontrar o maior número de ex-alunos e com eles estabelecer os contactos necessários para a elaboração de uma listagem, e em breve, de acordo com a disponibilidade de cada um, organizar um almoço de confraternização para reatarmos e estreitarmos os nossos laços de amizade e, porque não, falarmos todos sobre o que fazer com a questão relacionada com a nossa Associação e da sua viabilidade.

Carlos Vardasca
O Braz, ex-aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)

sábado, 17 de abril de 2010

Histórias irrequietas da nossa juventude

Este pequeno episódio nada tem a ver com a Guerra Colonial, no entanto, e porque são retalhos de uma juventude um pouco irrequieta cuja memória não deve ser apagada, aqui o partilho como forma de se avaliar a leviandade vivida por alguns jovens nos dias conturbados da década de 60.
Quando os seus alunos após a conclusão das várias especialidades estavam prestes a ingressar na Marinha Mercante, na Marinha de Guerra ou na frota pesqueira, a Fragata D. Fernando II e Glória proporcionava estágios de formação aos seus alunos a bordo de um dos navios da armada portuguesa (como foi o meu caso) que na altura estivesse prestes a efectuar alguma viagem, fosse em patrulha ou em escala para outros portos da Europa.
Como a Canhoneira "DIU" estava escalada para se deslocar em viagem ao porto de Toulon (França) transportando a bordo barcos de competição à vela da Legião Portuguesa que iam participar num torneio internacional, eu e o "98" (Nascimento), alunos da Fragata D.Fernando II e Glória, fomos incorporados na sua tripulação e aí prestar alguns serviços de forma a adquirir experiência para quando ingressássemos na Marinha Mercante.
A "velha canhoneira" construída no Arsenal do Alfeite em 1929, mais parecia uma peça de museu, se comparada com alguns dos modernos navios da 7ª Esquadra do Mediterrâneo dos EUA quando ancorámos no porto de Cartagena em Espanha. Ao retomarmos a viagem rumo a Toulon, previa-se um grande temporal no Golfo de Lion e, por esse facto, aquela esquadra não se fez ao mar, causando estranheza e até alguma chacota no seio dos marinheiros dos navios de guerra ali ancorados que a Canhoneira "DIU" o fizesse, tendo em conta o seu aspecto frágil que diziam não resistir ao enfrentar o mau estado do mar. O que é certo, e apesar de ferozmente fustigada pela forte ondulação que se abateu sobre o convés e salpicava a torre de comando durante toda a viagem, a "DIU" entrou na Base Naval de Toulon sem qualquer "beliscadura" na sua estrutura, parecendo quase impossível como é que aquela "velha carcaça" escapara ao temporal que se levantou no Golfo de Lion, enquanto os modernos navios da esquadra dos EUA se resguardavam nos vários portos do Mediterrâneo.
Foi em Toulon que conheci John Walker, natural de Norfolk, marinheiro do U.S.S. "Pocono" (navio de apoio da marinha de guerra dos EUA - vulgarmente conhecido como navio espião) também ancorado naquela Base naval francesa, e que, numa das visitas que eu e o "98" fizemos ao seu navio e como forma de ficarmos com uma recordação daquele dia, de uma forma irresponsável, próprio da idade e sem pensarmos nas consequências, trocámos as nossas fardas com dois dos marinheiros americanos, entre eles o John Walker.
De regresso à minúscula "DIU", ancorada na outra extremidade do cais junto ao enorme "Jeanne D'Arc" (Porta Helicópteros da marinha de guerra francesa) e quando a noite há muito se tinha abatido sobre aquela base naval, ao tentarmos entrar para a Canhoneira sem sermos vistos com aquelas fardas estranhas, fomos inesperadamente abordados por um dos seus sentinelas que nos barrou a entrada no navio pois confundiu-nos com marinheiros americanos. Quando nos reconheceu e se apercebeu da gravidade da situação, aconselhou-nos a que nos dirigíssemos aos nossos camarotes e nos despíssemos com a maior urgência, não fosse algum oficial dar conta do ocorrido e aquela aventura assumir outros contornos que decerto nos seriam bastante prejudiciais (...)
Este é o meu contributo. Se alguns de vós tem algo que ache interessante partilhar, então fica aqui o desafio, porque considero que é sempre bom recordar os momentos mais fascinantes (ou não) da nossa juventude.

Carlos Vardasca
O Braz, ex-Aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)
Texto escrito em 25 de Outubro de 2008 no Blogue "Do Tejo ao Rovuma"
Foto 1: Canhoneira "DIU" à entrada do porto de Leixões nos anos 50. (Fotomar)
Fotos 2 e 3: Na primeira estou com o "panamá" na companhia do "98" (Nascimento) e foto em destaque. Na segunda, a bordo da Canhoneira "DIU" à saída do porto de Cartagena. Espanha 1967. Na mesma foto ainda se podem ver no lado direito, empilhados e tapados com lonas, os barcos que iam participar na regata em Toulon.
Foto 4: U.S.S. Pocono.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"E do nevoeiro vão surgindo mais Fragatas"

O Braz (14) e o "Eusébio". Setúbal
O Augusto (Torta) e o Lages na Avenida Luisa Tody. Setúbal
Augusto (Torta), "Alvor" e Alegria na Praça do Comércio. Lisboa
Augusto (Torta) e o Adolfo. Setúbal
Já há bastante tempo que não subia ao "Cesto da Gávea" para escrever mais umas letrinhas sobre nós.
Quando em 2008 iniciei esta "cruzada" de tentar encontrar outros ex-alunos da FRAGATA D. FERNANDO II E GLÓRIA, sempre pensei que seria uma tarefa gorada ao fracasso, uma vez que a faixa etária de muitos de nós (que estavam na Fragata no dia do seu incêndio) andará por volta dos sessenta e tal anos, e considerar eu, não ser lá muito vulgar nestas idades haver quem se ocupe destas coisas da Internet e, por esse facto, não serem lá muito sensíveis na procura de ex-companheiros por via destas "modernissses".
De facto, enganei-me. Embora muito lentamente, os apelos lá se foram ouvindo e o número de contactos tem vindo a aumentar (já somos 23) e a "coisa parece estar a compor-se".
Com a ajuda do "35" (Joaquim Freitas) que me deu o contacto do Reis (funcionário do Sindicato da Mestrança e Marinhagem de Câmaras da Marinha Mercante) à listagem de contactos de que já dispunha juntaram-se mais 10 ex-alunos cedidos por aquele funcionário, aos quais tenho vindo a contactar para tentar reatar os laços de camaradagem que nos uniram naquela velha NAU.
Mais recentemente surgiu o "Torta" (Augusto Fernando Gomes) que me telefonou, e com o qual tenho vindo a contactar com alguma frequência com o envio de e-mails.
Com esta pujança que vai dando corpo ao aparecimento de mais ex-alunos da FRAGATA, o objectivo a que nos propusemos de início mantém-se cada vez mais actual, ou seja, organizar-mos (numa data e num local que seja acessível a todos) um Encontro Nacional de ex-Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória.
Por esse facto, apelo de novo a todos os que já colocaram (ou venham a colocar) comentários no "Cesto da Gávea" (desde o "Ambulância" ao "Cachucho" passando pelo Figueiras etc...) que o façam de novo mas acrescentando os seus contactos, para assim dessa forma puderem fazer parte desta grande lista de "Putos da Briosa" que irá crescer "até onde nós quisermos".
Dos contactos recentemente adquiridos, foram-me enviadas algumas fotos (pelo Joaquim Freitas e Augusto Gomes, o "Torta") que partilho com todos vós, com o objectivo de vos aguçar a curiosidade com a tentativa de reconhecimento de alguns de nós passados tantos anos, mas também fazer aumentar a vontade de nos reencontrar-mos, e recordarmos os nossos tempos de meninos que naquela "NAU" nos fizemos homens.
Ora então vejam lá se reconhecem alguns deles.

Carlos Vardasca
O Braz, ex-aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória (1963)