Companheiros e amigos
Em nome de todos nós e dos que não estão presentes nas fotos, envio-vos o texto do e-mail que tomei a liberdade de enviar aos autores do blogue “Escola de Fuzileiros”, respondendo desta forma a um artigo seu ali publicado, onde classificavam todos os ex-alunos da “Fragata” de corrécios, conforme texto que se reproduz em baixo.
Um abraço a todos
Carlos Vardasca
Caros amigos
Por casualidade, li o vosso blogue, e encontrei lá este texto se segue em sublinhado em baixo, e que só pode ter sido escrito por pessoas mal formadas e desconhecedoras da realidade social que se vivia naquela época, ao pretenderem generalizar comportamentos que só podem existir em mentes mal intencionadas.
(…) A Fragata D. Fernando II e Glória era uma casa de correcção. Por isso se chamavam correços (ou corrécios) aqueles que lá eram internados para serem educados e perderem os vícios e maus hábitos da adolescência. Ás vezes isso acontecia. Mas muitas vezes acontecia também que putos inocentes iam lá parar e de lá saíam piores do que tinham entrado. São as contingências da vida. No grupo de voluntários que fizeram a recruta comigo havia três destes rapazes que escolheram alistar-se na Marinha de Guerra para poder dizer adeus à Fragata. Todos eles foram comigo para Moçambique e se tornaram grandes amigos meus. Dos três em questão quis a sorte que ainda só tivesse conseguido reencontrar um deles, o Valter. Dos outros dois, um vive em Albufeira e o outro no Canadá. Um dia destes voltarei a reencontrá-los também, é tudo uma questão de tempo.
Alguns anos mais tarde a Fragata pegou fogo e ardeu até ao casco. Disseram, nessa altura, as más línguas que foram os putos, lá internados, que lhe chegaram fogo para se verem livres do cativeiro, a meio do Tejo. Seria? (...)
Publicada por TINTINAINE em 11:48
Em nome de todos os ex-Alunos da "Fragata", gostaria de clarificar e rectificar algumas questões.
1. A “Fragata” não era nenhuma casa de correcção mas sim uma Instituição denominada “Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória, que recebia crianças oriundas de famílias extremamente carenciadas.
2. A exemplo da Casa Pia, (um dos melhores colégios do país, onde nem todos os alunos foram violados nem eram pedófilos) na “Fragata” dos vários alunos que ali foram internados, das mais variadas origens, é natural que o comportamento de alguns não fosse o mais correcto, o que aliás acontece na totalidade dos colégios espalhados por todo o país, tal como na Marinha, no exército, nas empresas, na sociedade em geral e até nas nossas famílias.
3. Tendo em conta a pobreza que grassava no país naquela época, praticamente a maioria dos seus alunos eram de famílias pobres e, por esse facto, ali os internaram para, por um lado, protegerem os seus filhos da miséria em que viviam, mas também para que ali recebessem uma instrução adequada e se tornarem homens úteis à sociedade, sociedade essa que os tinha marginalizado.
4. Na grande maioria dos ex-alunos da “Fragata”, para além daqueles que não conseguiram singrar na vida (que são muito poucos) podemos encontrar hoje (embora já reformados) excelentes, respeitáveis e competentes Oficiais da Marinha de Guerra, Comandantes da Marinha Mercante, 1ºs e 2ºs Oficiais de Máquinas da frota pesqueira do bacalhau, Chefes de Cozinha, Sociólogos, Advogados, Cozinheiros, Pedreiros etc., todos eles com uma profissão digna, útil, necessária e imprescindível à sociedade em que vivemos.
5. Como ex-aluno que fui da “Fragata”, orgulho-me de por lá ter passado e me terem facilitado a aprendizagem que recebi, tal como as “ferramentas” que ali adquiri e que me proporcionaram ser o homem que sou hoje.
6. Fui enviado para a “Fragata”, não porque fosse algum “corréçio” mas porque no colégio onde estava viram que já não evoluía mais nos estudos e tentaram “abrir-me novos horizontes”. O que de facto aconteceu. Fui de facto para a Marinha Mercante, depois para a Guerra Colonial http://dotejoaorovuma-cabel.blogspot.com e voltei a estudar, tendo ingressado no ensino superior, mais concretamente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) no Curso de Sociologia do Trabalho.
7. Só por desconhecimento ou má intenção é que se diz “que foram os putos que deitaram fogo à “Fragata” para se “livrarem do cativeiro, a meio do Tejo”, o que só revela ignorância de quem o escreve, dado que ficou mais que provado que foi um operário que procedia à reparação na caldeira que provocou o incêndio.
Caros amigos. Por agora fico-me por aqui, aproveitando a oportunidade para vos pedir, se souberem do contacto de algum ex-aluno da “Fragata” que mo enviem, pois estou a recolher o máximo de contactos possíveis para a organização do IV Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, a realizar no dia 02 de Abril de 2011, Encontro esse que se irá realizar a bordo da nossa “Velha NAU”, assim como, se o quiserem, consultem o nosso blogue http://cestodagavea-cabel.blogspot.com
Em nome de todos nós e dos que não estão presentes nas fotos, envio-vos o texto do e-mail que tomei a liberdade de enviar aos autores do blogue “Escola de Fuzileiros”, respondendo desta forma a um artigo seu ali publicado, onde classificavam todos os ex-alunos da “Fragata” de corrécios, conforme texto que se reproduz em baixo.
Um abraço a todos
Carlos Vardasca
Caros amigos
Por casualidade, li o vosso blogue, e encontrei lá este texto se segue em sublinhado em baixo, e que só pode ter sido escrito por pessoas mal formadas e desconhecedoras da realidade social que se vivia naquela época, ao pretenderem generalizar comportamentos que só podem existir em mentes mal intencionadas.
(…) A Fragata D. Fernando II e Glória era uma casa de correcção. Por isso se chamavam correços (ou corrécios) aqueles que lá eram internados para serem educados e perderem os vícios e maus hábitos da adolescência. Ás vezes isso acontecia. Mas muitas vezes acontecia também que putos inocentes iam lá parar e de lá saíam piores do que tinham entrado. São as contingências da vida. No grupo de voluntários que fizeram a recruta comigo havia três destes rapazes que escolheram alistar-se na Marinha de Guerra para poder dizer adeus à Fragata. Todos eles foram comigo para Moçambique e se tornaram grandes amigos meus. Dos três em questão quis a sorte que ainda só tivesse conseguido reencontrar um deles, o Valter. Dos outros dois, um vive em Albufeira e o outro no Canadá. Um dia destes voltarei a reencontrá-los também, é tudo uma questão de tempo.
Alguns anos mais tarde a Fragata pegou fogo e ardeu até ao casco. Disseram, nessa altura, as más línguas que foram os putos, lá internados, que lhe chegaram fogo para se verem livres do cativeiro, a meio do Tejo. Seria? (...)
Publicada por TINTINAINE em 11:48
Em nome de todos os ex-Alunos da "Fragata", gostaria de clarificar e rectificar algumas questões.
1. A “Fragata” não era nenhuma casa de correcção mas sim uma Instituição denominada “Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória, que recebia crianças oriundas de famílias extremamente carenciadas.
2. A exemplo da Casa Pia, (um dos melhores colégios do país, onde nem todos os alunos foram violados nem eram pedófilos) na “Fragata” dos vários alunos que ali foram internados, das mais variadas origens, é natural que o comportamento de alguns não fosse o mais correcto, o que aliás acontece na totalidade dos colégios espalhados por todo o país, tal como na Marinha, no exército, nas empresas, na sociedade em geral e até nas nossas famílias.
3. Tendo em conta a pobreza que grassava no país naquela época, praticamente a maioria dos seus alunos eram de famílias pobres e, por esse facto, ali os internaram para, por um lado, protegerem os seus filhos da miséria em que viviam, mas também para que ali recebessem uma instrução adequada e se tornarem homens úteis à sociedade, sociedade essa que os tinha marginalizado.
4. Na grande maioria dos ex-alunos da “Fragata”, para além daqueles que não conseguiram singrar na vida (que são muito poucos) podemos encontrar hoje (embora já reformados) excelentes, respeitáveis e competentes Oficiais da Marinha de Guerra, Comandantes da Marinha Mercante, 1ºs e 2ºs Oficiais de Máquinas da frota pesqueira do bacalhau, Chefes de Cozinha, Sociólogos, Advogados, Cozinheiros, Pedreiros etc., todos eles com uma profissão digna, útil, necessária e imprescindível à sociedade em que vivemos.
5. Como ex-aluno que fui da “Fragata”, orgulho-me de por lá ter passado e me terem facilitado a aprendizagem que recebi, tal como as “ferramentas” que ali adquiri e que me proporcionaram ser o homem que sou hoje.
6. Fui enviado para a “Fragata”, não porque fosse algum “corréçio” mas porque no colégio onde estava viram que já não evoluía mais nos estudos e tentaram “abrir-me novos horizontes”. O que de facto aconteceu. Fui de facto para a Marinha Mercante, depois para a Guerra Colonial http://dotejoaorovuma-cabel.blogspot.com e voltei a estudar, tendo ingressado no ensino superior, mais concretamente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) no Curso de Sociologia do Trabalho.
7. Só por desconhecimento ou má intenção é que se diz “que foram os putos que deitaram fogo à “Fragata” para se “livrarem do cativeiro, a meio do Tejo”, o que só revela ignorância de quem o escreve, dado que ficou mais que provado que foi um operário que procedia à reparação na caldeira que provocou o incêndio.
Caros amigos. Por agora fico-me por aqui, aproveitando a oportunidade para vos pedir, se souberem do contacto de algum ex-aluno da “Fragata” que mo enviem, pois estou a recolher o máximo de contactos possíveis para a organização do IV Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória, a realizar no dia 02 de Abril de 2011, Encontro esse que se irá realizar a bordo da nossa “Velha NAU”, assim como, se o quiserem, consultem o nosso blogue http://cestodagavea-cabel.blogspot.com
Um abraço
Carlos Vardasca
ex-Aluno nº 14
da Fragata D. Fernando II e Glória
2 comentários:
Olá, Caros e Amigos FRAGATAS.
Reconheci a maior parte das fotos de meninos desse tempo,sou o quarto da segunda fila
Tive muito orgulho de pertencer a uma instituição como a Fragata D. Fernando.Como a maior parte de nós, saí para o mundo dificil do trabalho com ferramenta para poder enfentar a vida,graças a esta Instituição,o caminho foi dificil,hoje estou reformado e descansado da Vida.conheço muitos colegas nossos na mesma situação.
VIVA A FRAGATA D. FERNANDO!
Bom dia amigo
Sou o ex-aluno Rogério da Costa Rodrigues, não tenho qualquer documento para poder fazer prova de tal, entrei para a Fragata no ano de 1958 ou 1959 não me lembro ao certo.
Gostava de ter um documento comprovativo de como fui aluno da Fragata, como o posso adquirir?
Um abraço
Rogério Rodrigues
roger.da.costa@netcabo.pt
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