(...) Exemplos de extraordinária coragem e de abnegação verificaram-se a cada instante entre os que procuravam combater o fogo que devorava a vetusta nau – símbolo da Armada Portuguesa, com uma brilhante folha de serviços que, através dos anos, manteve sempre em evidência as tradições navais lusitanas.
Todos os esforços, infelizmente, resultaram infrutíferos; as chamas haviam-se apossado do antigo e belo navio, inteiramente construído de madeira de Teca, oriunda de uma parcela da terra portuguesa da Índia – das matas de Nagar-Aveli.
Os estaleiros de Damão produziram a maravilhosa obra de arte de engenharia naval que era a Fragata “D. Fernando”, digna de figurar num museu.
Há mais de um século, a bandeira das quinas jamais deixou de tremular à popa do formoso barco. Foi ontem arriada pela última vez. E tal aconteceu quando o navio ardia intensamente e as labaredas que o envolviam de proa à ré ameaçavam também queimar o glorioso pavilhão verde rubro. O fogo não o atingiu mercê do denodo e coragem de cinco homens – dois valentes das lides do rio, os mestres dos rebocadores “ Serra da Arrábida” e “Cabo de Sines”, respectivamente srs. Manuel Santos e Armando Guerra Branco e três decididos Bombeiros da corporação de Almada, srs. Alcino Lino, Henrique Graça Marques e João Teixeira.
Enfrentando temerariamente as labaredas, que crepitavam de forma apavorante em altas línguas rubras, os cinco homens, sufocados pela densa fumarada, correram à popa da Fragata animados do único propósito de salvarem das chamas a bandeira nacional.
E conseguiram-no, a despeito de todas as dificuldades que se lhes depararam.
Foi com grande emoção que os Mestres dos referidos rebocadores desceram a adriça para recolher o pavilhão, enquanto os três Bombeiros, que os secundaram nesta valente acção, esquecendo o perigo que os ameaçava de perto, se perfilaram em continência, prestando a última guarda de honra ao arriar da Bandeira de Portugal a bordo da histórica nau “D. Fernando” (...)
(transcrição do Diário de Noticias de 4 de Abril de 1963)
Todos os esforços, infelizmente, resultaram infrutíferos; as chamas haviam-se apossado do antigo e belo navio, inteiramente construído de madeira de Teca, oriunda de uma parcela da terra portuguesa da Índia – das matas de Nagar-Aveli.
Os estaleiros de Damão produziram a maravilhosa obra de arte de engenharia naval que era a Fragata “D. Fernando”, digna de figurar num museu.
Há mais de um século, a bandeira das quinas jamais deixou de tremular à popa do formoso barco. Foi ontem arriada pela última vez. E tal aconteceu quando o navio ardia intensamente e as labaredas que o envolviam de proa à ré ameaçavam também queimar o glorioso pavilhão verde rubro. O fogo não o atingiu mercê do denodo e coragem de cinco homens – dois valentes das lides do rio, os mestres dos rebocadores “ Serra da Arrábida” e “Cabo de Sines”, respectivamente srs. Manuel Santos e Armando Guerra Branco e três decididos Bombeiros da corporação de Almada, srs. Alcino Lino, Henrique Graça Marques e João Teixeira.
Enfrentando temerariamente as labaredas, que crepitavam de forma apavorante em altas línguas rubras, os cinco homens, sufocados pela densa fumarada, correram à popa da Fragata animados do único propósito de salvarem das chamas a bandeira nacional.
E conseguiram-no, a despeito de todas as dificuldades que se lhes depararam.
Foi com grande emoção que os Mestres dos referidos rebocadores desceram a adriça para recolher o pavilhão, enquanto os três Bombeiros, que os secundaram nesta valente acção, esquecendo o perigo que os ameaçava de perto, se perfilaram em continência, prestando a última guarda de honra ao arriar da Bandeira de Portugal a bordo da histórica nau “D. Fernando” (...)
(transcrição do Diário de Noticias de 4 de Abril de 1963)
Nota: Artigo gentilmente cedido pelo actual Comandante da Fragata D. Fernando II e Glória, o Comandante de Mar e Guerra (Fuzileiro) José António de Oliveira e Abreu.
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