sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ainda sobre a localização da Fragata D. Fernando II e Glória

A Fragata na doca nº 2 da ex- Parry & Son em Cacilhas. Foto tirada no dia 2 de Abril de 2011, a quando da realização do IV Encontro Nacional dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória.
Mesa que presidiu à assinatura do protocolo para a docagem da Fragata na doca nº2 da ex- Parry & Son em Cacilhas. Revista da Armada nº 391. Novembro de 2005, página 28.
Com a formalização do protocolo entre a Marinha, a Câmara Municipal de Almada e a AGIL, SA assinado em 27 de Setembro de 2005, com vista à docagem da Fragata na antiga Doca nº 2 de ex-Parry & Son, e a sua posterior recuperação, verifica-se que aquela Nau, que representa para todos os portugueses  "um pedaço da nossa história" continua ali "encafuada", não sendo em nossa opinião o local mais adequado para dar mais visibilidade e rentabilidade àquele museu flutuante.
Quando em 28 de Janeiro de 2012 manifestamos aqui neste espaço a nossa opinião sobre esse assunto, em artigo denominado "A última Nau das Índias ainda está encafuada em Cacilhas" foi com o objectivo de que, quando esse protocolo findar, que as entidades envolvidas o revessem, de forma a que se pense um novo local para a Fragata D. Fernando II e Glória dando lhe maior visibilidade, como por exemplo: fundeada em frente ao Terreiro do Paço, o que seria um notável cartão de visita da cidade de Lisboa, maior acessibilidade para os cidadãos estrangeiros e nacionais que a queiram visitar, e, consequentemente, também uma maior fonte de receita que contribuiria para a manutenção da Fragata como museu.
Esta nossa opinião que a defendemos como a melhor forma de mostrar ao mundo aquilo que foi a nossa história marítima, foi também em tempos partilhada pelo então Contra-Almirante M. de Vale, num artigo de Nota de Abertura na Revista da Armada nº 199 de Maio de 1988, página 3, sob o título, "Será desta? e que dizia o seguinte:
(...) Porque sei que àcerca do local onde virá a ser exposta ao público vai correr muita tinta, lembro que a Marinha tem defendido enquadrá-la no cenário pombalino dos edifícios do Terreiro do Paço, docando-a no antigo dique do Arsenal da Marinha, como foi preconizado pelo falecido Almirante Ramos Pereira num artigo publicado nas "Anais do Clube Militar Naval" (nºs 10 a 12 de Outubro/Dezembro de 1960.
Aqui, sim - onde na época das Descobertas existiu a Ribeira das Naus -, ficaria mesmo no coração da cidade, onde pulsa também o do povo, acessível a todos visitantes, nacionais e estrangeiros, que demandam a nossa famosa capital.
Fazendo parte do Museu de Marinha, que bela propaganda faria do que fomos em tempos idos! E que grande receita para o Museu... (...)
Congratulamo-nos com esta opinião, pois verificamos que afinal não estamos sós nesta corrente que visa "desencarcerar" a Fragata de entre dois muros e a colocá-la num outro local onde fosse mais acessível a sua visita, dotá-la de uma outra visibilidade, o que contribuiria também e de uma forma muito mais eficaz para a rentabilização económica do seu próprio museu.

Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14 - 1963-1968)

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