quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
A emoção de estarmos todos juntos na evocação dos 50 anos do incêndio da última Nau da carreira das Índias
A Fragata com a bandeira nacional içada
No momento do içar da bandeira ao som do hino nacional tocado pela banda da Armada
Quando o ex-aluno nº 14 (Braz) fazia o seu discurso em nome de todos os ex-alunos presentes na cerimónia. Na foto estão a senhora presidente da Câmara Municipal de Almada, o actual comandante da Fragata, o senhor Almirante Director da Comissão Cultural da Marinha e o senhor director do Museu da Marinha.
Os actuais membros da Comissão Organizadora dos Encontros Nacionais dos Antigos Alunos da Fragata D. Fernando II e Glória. Da esquerda para a direita: Joaquim Lopes, José Alves, Augusto Gomes e Carlos Vardasca
Foto de grupo do VI Encontro Nacional a bordo da Fragata
No convés da Fragata
Na bateria da Fragata
Durante o almoço no restaurante "Vale do Rio" em Cacilhas
O actual comandante da Fragata prepara-se para partir o bolo
Foto do bolo
No final houve sessão de fados interpretados pelo ex-aluno nº 159, Humberto António Pereira Teixeira ("Calmeirão") 1958-1964.
Senhores Comandantes dos Bombeiros de Almada e de Cacilhas
Caros amigos e ex-alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando
Ao evocarmos os 50 anos do incêndio daquela NAU, sede da Obra Social da D. Fernando, vieram-me à memória as emoções sentidas quando pela primeira vez entrei a bordo daquela que foi a nossa casa, onde muitos jovens foram dotados dos conhecimentos e dos princípios que nortearam as suas vidas e lhes permitiram moldar o seu futuro.
No dia 01 de Abril de 1963, na companhia de mais outras crianças vindas de uma outra instituição do Estado, recebemos a bordo os nossos fardamentos, a palamenta em alumínio e outros utensílios de que nos iriamos servir nos próximos tempos.
Um pormenor curioso, não me recordo de nos terem sido distribuídos sapatos. Este artigo, parecia não fazer parte do uniforme diário dos jovens a bordo, que descalços, faziam do convés o seu recinto desportivo.
Com apenas 13 anos de idade e sentindo muito a ausência de afectos, não me cansei de percorrer nos dias seguintes todos os recantos daquele velha NAU, ficando fascinado com os velhos bacamartes que ornamentavam as paredes da bateria, e com as peças de artilharia que outrora vomitaram bolas de fogo, dando largas à minha imaginação, como se estivesse a bordo de um veleiro de piratas.
Infelizmente, tudo isto foi interrompido pelo terrível incêndio passados apenas três dias de estar a bordo. Vivi momentos dramáticos naquele dia 03 de Abril de 1963.
Sem saber para onde me dirigir, ora descendo à bateria ora voltando ao convés, este já envolto num espesso fumo, lá consegui, por fim, entrar numa baleeira que estava repleta de outras crianças que imploravam pelo seu arrear.
As fagulhas já crepitavam ao nosso lado e avançavam enfurecidas na direcção da baleeira, nosso último e desesperado refúgio.
Inesperadamente, e no meio de toda aquela aflição, alguém arreou abruptamente só um dos lados da baleeira, e todas as crianças que ali estavam se precipitaram involuntariamente nas águas do Tejo.
Sem saber nadar e esbracejando desordenadamente, valeu-me a intervenção de um dos alunos mais velhos que, num acto de decisão e bravura me retirou daquelas águas, permitindo que sobrevivesse ao trágico incêndio da última Nau das Índias.
Passados que são 50 anos daquele dia, ainda hoje recordo com nitidez a aflição vivida e principalmente, no momento em que tudo parecia perdido, o sentir-me “agarrado por uns tentáculos de um enorme polvo” que me colocaram numa das embarcações que circundavam a Fragata em chamas. Esses tentáculos eram apenas os braços fortes do José Manuel Lopes, aluno nº 375, mais conhecido pelo “Tarzan” ou “Caminha”, a quem presto a minha homenagem nesta cerimónia, pública e sentidamente agradeço a sua acção a qual permitiu que, passado todo este tempo, eu pudesse estar aqui entre vós a evocar esta data.
Também gostaria de estender esta homenagem a outros dos ex-alunos mais velhos que, naquele dia e num acto de coragem e abnegação, se lançaram à água e salvaram outros alunos que tinham caído da mesma baleeira.
Para terminar permitam-me que lhes diga ainda o seguinte:
Confesso que gostaria de ver este belo navio a navegar no Tejo e porque não por outras mais longínquas paragens mas, já que tal não é de todo possível, que ao menos se possa manter em boas condições, beneficiando do cuidado e do carinho da Marinha e do inestimável apoio da Câmara Municipal de Almada, que tanto tem feito para o ajudar e dignificar.
Para terminar e de modo muito sincero e emocionado, gostaria de lhes dizer como nos sentimos agradecidos à Marinha de Guerra Portuguesa por ter promovido este evento, que muito honrou todos os que orgulhosamente fizeram parte da tripulação daquela histórica Nau, a última das Índias.
Cacilhas, 06 de Abril de 2013
Carlos Vardasca
(Braz) Ex-Aluno nº 14 (1963-1968)
Da Fragata D. Fernando II e Glória
Senhor Almirante Director da Comissão Cultural da
Marinha
Senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada
Senhor Comandante da Fragata D. Fernando II e
GlóriaSenhores Comandantes dos Bombeiros de Almada e de Cacilhas
Caros amigos e ex-alunos da Obra Social da Fragata D. Fernando
Minhas Senhoras e meus Senhores
Começaria
por agradecer aos organizadores deste evento, nomeadamente à Marinha de Guerra,
à sua Comissão Cultural e ao actual Comandante da Fragata, por terem levado
avante a sua realização, permitindo que os ex-alunos da Fragata D. Fernando II
e Glória fizessem parte desta cerimónia, o que muito nos honrou.Ao evocarmos os 50 anos do incêndio daquela NAU, sede da Obra Social da D. Fernando, vieram-me à memória as emoções sentidas quando pela primeira vez entrei a bordo daquela que foi a nossa casa, onde muitos jovens foram dotados dos conhecimentos e dos princípios que nortearam as suas vidas e lhes permitiram moldar o seu futuro.
No dia 01 de Abril de 1963, na companhia de mais outras crianças vindas de uma outra instituição do Estado, recebemos a bordo os nossos fardamentos, a palamenta em alumínio e outros utensílios de que nos iriamos servir nos próximos tempos.
Um pormenor curioso, não me recordo de nos terem sido distribuídos sapatos. Este artigo, parecia não fazer parte do uniforme diário dos jovens a bordo, que descalços, faziam do convés o seu recinto desportivo.
Com apenas 13 anos de idade e sentindo muito a ausência de afectos, não me cansei de percorrer nos dias seguintes todos os recantos daquele velha NAU, ficando fascinado com os velhos bacamartes que ornamentavam as paredes da bateria, e com as peças de artilharia que outrora vomitaram bolas de fogo, dando largas à minha imaginação, como se estivesse a bordo de um veleiro de piratas.
Infelizmente, tudo isto foi interrompido pelo terrível incêndio passados apenas três dias de estar a bordo. Vivi momentos dramáticos naquele dia 03 de Abril de 1963.
Sem saber para onde me dirigir, ora descendo à bateria ora voltando ao convés, este já envolto num espesso fumo, lá consegui, por fim, entrar numa baleeira que estava repleta de outras crianças que imploravam pelo seu arrear.
As fagulhas já crepitavam ao nosso lado e avançavam enfurecidas na direcção da baleeira, nosso último e desesperado refúgio.
Inesperadamente, e no meio de toda aquela aflição, alguém arreou abruptamente só um dos lados da baleeira, e todas as crianças que ali estavam se precipitaram involuntariamente nas águas do Tejo.
Sem saber nadar e esbracejando desordenadamente, valeu-me a intervenção de um dos alunos mais velhos que, num acto de decisão e bravura me retirou daquelas águas, permitindo que sobrevivesse ao trágico incêndio da última Nau das Índias.
Passados que são 50 anos daquele dia, ainda hoje recordo com nitidez a aflição vivida e principalmente, no momento em que tudo parecia perdido, o sentir-me “agarrado por uns tentáculos de um enorme polvo” que me colocaram numa das embarcações que circundavam a Fragata em chamas. Esses tentáculos eram apenas os braços fortes do José Manuel Lopes, aluno nº 375, mais conhecido pelo “Tarzan” ou “Caminha”, a quem presto a minha homenagem nesta cerimónia, pública e sentidamente agradeço a sua acção a qual permitiu que, passado todo este tempo, eu pudesse estar aqui entre vós a evocar esta data.
Também gostaria de estender esta homenagem a outros dos ex-alunos mais velhos que, naquele dia e num acto de coragem e abnegação, se lançaram à água e salvaram outros alunos que tinham caído da mesma baleeira.
Para terminar permitam-me que lhes diga ainda o seguinte:
Confesso que gostaria de ver este belo navio a navegar no Tejo e porque não por outras mais longínquas paragens mas, já que tal não é de todo possível, que ao menos se possa manter em boas condições, beneficiando do cuidado e do carinho da Marinha e do inestimável apoio da Câmara Municipal de Almada, que tanto tem feito para o ajudar e dignificar.
Para terminar e de modo muito sincero e emocionado, gostaria de lhes dizer como nos sentimos agradecidos à Marinha de Guerra Portuguesa por ter promovido este evento, que muito honrou todos os que orgulhosamente fizeram parte da tripulação daquela histórica Nau, a última das Índias.
Cacilhas, 06 de Abril de 2013
Carlos Vardasca
(Braz) Ex-Aluno nº 14 (1963-1968)
Da Fragata D. Fernando II e Glória
quarta-feira, 3 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
Finalmente encontrámos o "Sapateiro"
Ex-aluno nº 121 (1962-1967) Paulino Gaspar de Brito aos 15 anos de idade
O Paulino na Guerra Colonial na Guiné. 1970
O Paulino e o "Caguincha" na Guerra Colonial quando se encontraram com o José Augusto (ex-aluno nº 416 embarcado no navio "NIASSA" - já falecido), no Café Central em Bissau (Guiné) 1971
Paulino Gaspar de Brito numa foto actual tirada no Skype (2013)
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