sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um tesouro perdido em Cacilhas (Artigo do jornal "A BOLA" de 30 de Outubro de 2011)


Durante o século XIX, a fragata D. Fernando II e Glória percorreu as águas dos oceanos Atlântico e Índico. Foi a última nau portuguesa da carreira da Índia e o derradeiro vestígio do império português naquele país. Hoje, dois séculos depois, é um museu e descansa em Cacilhas. Milhares de pessoas passam ali todos os dias. Mas poucos reparam nela.
Para assinalar o 196.º aniversário do nascimento do rei D. Fernando II, a Marinha Portuguesa abriu ontem as portas da embarcação. O alemão Fernando de Sax Coburgo tornou-se rei de Portugal a partir de 1836 quando casou com a rainha D. Maria II, cujo nome próprio era Maria da Glória. Construída em 1843, em Damão, na Índia, a fragata – nome dado a um navio com capacidade de guerra - foi baptizada em homenagem ao casal real.
«Durante 33 anos, o navio fez a ligação entre Portugal e a Índia, além de comissões em Angola e Moçambique. Cada viagem à Índia durava quatro meses», explica Rocha e Abreu, capitão de mar-e-guerra e comandante da D. Fernando II e Glória desde 2007. A nau (só navegava à vela) percorreu mais de cem mil milhas náuticas, o equivalente a cinco voltas ao Mundo.

Da destruição à restauração
Em 1889, passou a servir como Escola de Artilharia Naval e cumpriu um papel de ensino até 1963. Até que ficou quase destruída.
«Uma soldadura mal feita provocou um incêndio enorme. O navio ardeu e ficou encalhado no rio Tejo até 1992», conta Rocha e Abreu.
O Arsenal do Alfeite e os estaleiros Rio-Marine de Aveiro demoraram cinco anos a reconstruir a embarcação. Custou 12 milhões de euros e a D. Fernando II e Glória regressou aos mares como museu na Expo 98. Foi restaurada tal como foi construída, apenas com velas e sem motor auxiliar. Só navega a reboque.
«Colocar-lhe um motor auxiliar seria desvirtuar o navio. Até seria possível navegar só com as velas, mas era preciso uma guarnição de 150 homens», explica o comandante.
A partir de 2008, a D. Fernando II e Glória passou a estar em Cacilhas, junto ao terminal fluvial. Milhares de pessoas passam ali todos os dias rumo a Lisboa, mas poucas reparam numa embarcação de 86 metros de fora a fora. O último vestígio do império português na Índia.
«Seria impossível ter este navio a ocupar uma doca seca em Lisboa durante tanto tempo. Estas docas estavam inutilizadas e a Marinha assinou um protocolo com a Câmara Municipal de Almada. A autarquia está satisfeita em ter este pólo cultural no concelho», salienta Rocha e Abreu. O comandante recusa a ideia da pouca visibilidade da fragata em Cacilhas.
«A maioria das pessoas repara no navio e, ao fim de algum tempo, a curiosidade leva-as a visitar a D. Fernando II e Glória. E os restaurantes da zona beneficiam com isso», sublinha Rocha e Abreu.

Um sábado diferente
Com as portas abertas – a visita custa três euros – o museu recebeu dezenas de visitantes este sábado de manhã. Além de comandante, Rocha e Abreu é relações públicas, guia e historiador do navio.
Ontem, liderou as visitas guiadas pelo convés e bateria da fragata. Ao todo, a fragata tem 44 canhões, 22 em cima e outros tantos em baixo. Cada canhão pesa 1700 quilos e eram precisos oito homens para cada um. A D. Fernando II e Glória pesa 1849 toneladas. Só para fazer a suspensão da âncora eram precisos 82 homens...
Rocha e Abreu mostrou tudo. Os aposentos do comandante, a messe dos oficiais, o paiol da pólvora, a ‘burra’ - nome dado ao cofre do comandante onde era guardado todo o dinheiro -, a enfermaria e a roda do leme, feita de teca, uma madeira utilizada na Índia. Para manobrar a roda do leme eram precisos quatro homens. Para colorir o navio, foram colocados alguns manequins de cera, com roupas iguais às do século XIX.
«Às vezes estou no meu gabinete e os visitantes confundem-me com os bonecos de cera. Quando me mexo assustam-se. Até já faço de propósito», sorri o comandante da D. Fernando II e Glória.

Por Rui Miguel Melo
Foto de Luís Neves/ASF
Jornal “A BOLA”
30 de Outubro de 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

"Três dedos de conversa à volta do ensopado de borrego"



Conforme o combinado, lá nos encontrámos na Associação de Fuzileiros do Barreiro, para mais uns momentos de convívio e de confraternização.
Vieram de Lisboa o Augusto (Torta), Joaquim (Anão), Joel (15) e o João Coelho (295, que anda embarcado no navio “Noruega”), tendo-se encontrado na Estação Sul Sudoeste (junto ao Terreiro do Paço) onde apanharam o barco rumo ao Barreiro.
Da margem esquerda do Tejo deram à costa o Braz (14), José Alves (Gorila) e a esposa, o Artur Marques e o António Pereira que também se fez acompanhar pela sua companheira.
Como todos os encontros entre ex-Fragatas e velhos amigos, foram momentos muito saudáveis, onde o recordar de pequenos episódios da nossa vivência é sempre motivo de satisfação.
Seria interessante que estes encontros esporádicos fossem uma prática a cultivar, principalmente em localidades onde residem muito próximo uns dos outros um número razoável de ex-alunos, como é o caso do Algarve, pois seria uma óptima e excelente forma de se encontrarem com alguma regularidade.
Voltando de novo à Associação de Fuzileiros (cuja decoração se assemelha ao interior de um navio), lá fomos travando “três dedos de conversa à volta do ensopado de borrego” que estava muito saboroso, mas também de umas costeletas, pois o Joaquim parecia já vir do Bombarral enjoado do “borregum”.
Foram momentos bem passados e que se prometem repetir numa outra altura, e quando a disponibilidade de cada um o permitir.
Na próxima Sexta-feira (última do mês) lá vamos de novo à tasca do “Cid” para o nosso encontro mensal, onde cada vez mais vão aparecendo ex-alunos (que ali se juntam aos ex-funcionários da SNAB em fraterna confraternização) tendo já sido sugerido ao seu proprietário (em jeito de brincadeira) que faça obras de ampliação porque senão os clientes “mudam de poiso”.

Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pedido de colaboração


            Caros ex-alunos da Fragata D. Fernando II e Glória
Venho por esta forma pedir a vossa colaboração para um assunto que passo a descrever.
Fui contactado pelo Sr. Américo José Vidigal Alves, Subtenente do Serviço Técnico – Ramo de Hidrografia, a prestar serviço no navio Hidro-Oceanográfico N.R.P. D. Carlos I, e neste momento a estudar na Universidade de Lisboa no Mestrado em História Marítima na Faculdade de Letras (em parceria com a Escola Naval) onde o mesmo solicita a nossa colaboração para a sua tese de Mestrado, intitulada “Assistência, Educação e Trabalho no Estado Novo O Caso da Obra Social da Fragata D. Fernando II e Glória”.
Tendo em conta o exposto, e porque o assunto também se reveste da máxima importância para todos nós, e nos deve encher de orgulho haver alguém que dedique a sua tese de mestrado a um tema que muito particularmente nos diz respeito, apelo a que, dentro das possibilidades de cada um de nós, que colaboremos com este “Filho da Escola” na elaboração deste seu estudo, de extrema importância, não só para dignificar e dar mais visibilidade à Obra Social de que todos nós fizemos parte, mas também para a sua própria realização pessoal e profissional.
A forma de colaborarmos é simples, e resume-se apenas ao preenchimento de um pequeno questionário que já vos foi enviado, onde podemos responder de uma forma bastante acessível às variadíssimas perguntas que ali são colocadas, que são fundamentais para a realização do trabalho que aquele nosso amigo pretende apresentar.
Na eventualidade de aceitarem colaborar com este “Filho da Escola” e depois de o questionário estar devidamente preenchido, devem enviá-lo para o seguinte endereço: vidigalves@gmail.com até ao final do presente mês de Novembro, para que o mesmo possa iniciar a elaboração do seu trabalho de investigação.
Mais informo que, na eventualidade de surgirem algumas dúvidas no preenchimento do questionário, podem contactar directamente com o autor do trabalho para:
Américo José Vidigal Alves: Telefone: 309848943 ou telemóvel: 962554185, que vos prestará todos os esclarecimentos necessários.
Sem outro assunto de momento
 Um abraço para todos

Alhos Vedros, 07 de Novembro de 2011
Carlos Alberto Correia Braz Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14 da Fragata D. Fernando II e Glória)