quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Um achado arqueológico da nossa Fragata"

No dia em que eu e o José Alves fomos reunir com o actual Comandante da Fragata D. Fernando II e Glória, para lhe propormos que o próximo Encontro dos Antigos Alunos fosse lá a bordo, durante a conversa que fomos mantendo com aquele oficial e em dado momento ele disse-nos ter uma surpresa para nos mostrar.
Mesmo antes da conversa terminar e estando ele ansioso (tal como nós) para nos mostrar e ficarmos a saber do que se tratava, qual não foi o nosso espanto quando o Sr. Comandante retira de um dos cantos do seu camarote uma pequena peça em madeira, um pouco queimada, que se assemelhava a uma porta e que escapara ao incêndio de que fora vítima a "Fragata" no dia 03 de Abril de 1963.
Possivelmente, tratar-se-à da porta de um sacrário associado à capela existente a bordo, que os Bombeiros Voluntários de Almada no dia do incêndio conseguiram retirar daqueles destroços e a levaram para o seu quartel.
Passados 47 anos daquela tragédia que nos deixou órfãos da "velha Nau", a citada Corporação de Bombeiros decidiu devolver aquele pequeno (mas importante) "achado arqueológico" às suas origens, entregando-o ao seu actual Comandante, o Capitão de Mar e Guerra, José António de Oliveira Rocha e Abreu.
Por não se saber até ao momento de que peça se trata e da sua verdadeira utilidade, será que algum de nós (os alunos mais antigos) ainda se lembra de onde pertencia aquela peça e nos possa esclarecer a que recanto da "Fragata" pertencia?
É um desafio que proponho a todos vós, que tem como único objectivo contar um pouco da história da nossa "Fragata", afinal aquela "velha Nau" que nos viu crescer e onde nos fizemos homens.
Carlos Vardasca
(Braz, ex-aluno nº 14)
Foto: Pequena porta de madeira, retirada da "Fragata" no dia do seu incêndio em 03 de Abril de 1963.